Voltar

DÍPTEROS MUSCÓIDEOS ASSOCIADOS A FEZES FRESCAS DE GADO BOVINO E SEUS PARASITÓIDES.

Carlos Henrique Marchiori1*, Arício Xavier Linhares2

1Departamento de Biologia do Instituto Luterano de Ensino Superior de Itumbiara, Itumbiara, GO. 2Departamento de Parasitologia da Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, Campinas, SP.


--------------------------------------------------------------------------------

RESUMO

Um levantamento de moscas (Diptera: Cyclorrhapha) e seus parasitóides (Hymenoptera e Coleoptera), foi realizado na "Fazenda Experimental do Glória", Uberlândia-MG (local 1), e na "Chácara Vilela", Itumbiara-GO (local 2). Mensalmente 10 amostras de esterco bovino (de uma semana) foram escolhidas aleatoriamente nas pastagens. Os artrópodes foram extraídos das amostras por flutuação em água . As pupas foram individualizadas em cápsulas de gelatina até a emergência das moscas adultas e/ou dos seus parasitóides. As espécies de moscas mais abundantes foram: Palaeosepsis insularis (Sepsidae), Sarcophagula sp. (Sarcophagidae), Brontaea sp1 e Brontaea sp2 (Muscidae). Os parasitóides presentes em maior abundância no local 1 foram: Eucoilinae sp3, Eucoilinae sp1 (Figitidae), Spalangia drosophilae (Pteromalidae) e Eucoilinae sp2 (Figitidae). No local 2, as espécies mais abundantes foram: Eucolinae sp2, Spalangia nigroaenea (Pteromalidae) e Eucoilinae sp3. O parasitóide Figitinae sp1 apresentou uma ocorrência marcante pelas pupas de Sarcophagula sp.

Palavras-chave: Diptera, Hymenoptera, pupa, moscas, parasitóides

INTRODUÇÃO

No Brasil, durante os últimos anos, vem sendo observado o crescimento da pecuária bovina. Nos Estados como Mato Grosso e Goiás, onde existem grandes áreas de pastagens, há preferência para se conduzir uma pecuária mais voltada para o gado de corte, e o regime adotado é, o extensivo (1). Também podemos encontrar outros grupos de artrópodes, como parasitóides, predadores e espécies coprófagas associadas ao esterco bovino (16, 20). Entre os meios de controle das moscas os mais utilizados são os inseticidas químicos (9) que podem perder sua eficiência à medida que as populações tornam-se resistentes aos mesmos (27). Além disso, o tratamento com essas substâncias tem ocasionado impacto sobre os inimigos naturais desses insetos (7), uma vez que os larvicidas não atingem somente a fauna alvo, mas também acabam prejudicando a fauna de parasitóides e predadores de moscas que, juntamente com os fatores abióticos (temperatura, umidade e insolação), são responsáveis pela redução natural dessas populações de insetos.

 

 

A ordem Hymenoptera compreende os insetos de grande importância econômica, não somente pelas espécies úteis, mas também pelos parasitóides. Contribuem de forma significativa para a manutenção do equilíbrio ecológico, impedindo a proliferação excessiva dos chamados insetos-pragas. São verdadeiros endo e ectoparasitóides, cujas larvas se desenvolvem em ovos, formas jovens e pupas de determinados hospedeiros, sendo que alguns são hiperparasitóides.

Os principais grupos de parasitóides de Diptera pertencem às famílias Braconidae, Ichneumonidae, Pteromalidae, Figitidae (3, 6, 8, 29, 31, 32), Eulophidae, Chalcididae e Diapriidae (5) e Bethylidae (16).

O propósito deste trabalho é realizar o levantamento qualitativo de insetos que ocorrem em fezes bovinas frescas, e de seus parasitóides.

MATERIAL E MÉTODOS

Local 1. O estudo foi realizado na Fazenda Experimental do Glória da Universidade Federal de Uberlândia-UFU situada a 18º, 57’S e 48º, 12’W no Município de Uberlândia-MG. A Fazenda possui uma área total de 600 hectares, sendo 14.052m2 de área construída. O rebanho bovino contava com 100 cabeças de raça holandesa, girolanda e pardo suíça destinadas à produção leiteira.

Local 2. O trabalho foi realizado na Chácara Vilela, situada no Bairro Village distando 5 quilômetros do centro de Itumbiara-GO, (18º 25’S e 49º 13’W) às margens do rio Paranaíba. A chácara possui uma área de aproximadamente 29 hectares, com 50 cabeças de gado bovino destinadas à produção leiteira. As fezes coletadas pertenciam a bovinos da raça girolanda.

Metodologia. Mensalmente, durante 1 ano (novembro de 1993 a outubro de 1994), 10 placas de fezes de gado bovino com uma espessura média de 10,22 ± 1,72mm, correspondendo a 1 semana de idade foram escolhidas aleatoriamente nos pastos (local 1), coletadas e transportadas ao laboratório do Departamento de Biociências da Universidade Federal de Uberlândia - MG para extração dos artrópodes que ocorreram após o 5º dia de sua coleta no campo. Juntamente com as fezes, foram retirados 5cm do substrato abaixo e imediatamente adjacente às fezes. As pupas foram obtidas por flutuação (28), e retiradas com auxílio de uma peneira, contadas e individualizadas em cápsulas de gelatina (número 00) até a emergência dos dípteros e ou dos seus parasitóides. As pupas das quais não emergiram adultos ou parasitóides foram dissecadas para se verificar sua viabilidade ou a ocorrência de parasitóides que eventualmente não teriam emergido. A mesma metodologia foi aplicada para o local 2. O experimento no local 2 foi conduzido entre novembro de 1994 a outubro de 1995, e o material foi triado e identificado no laboratório da Fundação de Ensino Superior de Itumbiara-GO. A identificação dos pupários dos dípteros que estavam parasitados foi realizado por comparação com os pupários onde os dípteros emergiram.

A preferência por parasitóides foi testada por meio de Análise de Variância. Os resultados que se mostraram estatisticamente significantes foram submetidos a Testes F de comparações múltiplas "a posteriori" de Ryan-Ginot-Gabriel-Welsh (REGWF). Todas as análises foram realizadas utilizando-se o programa estatístico SAS (Statistical Analysis System) (25).

Os Sarcophagidae foram identificados pelo Dr. Júlio Mendes, da Universidade Federal de Uberlândia, e pela Dra. Rita Tibana, do Museu Nacional do Rio de Janeiro. A identificação dos Sepsidae e Muscidae foi também realizada pelo Dr. Júlio Mendes. Os microhimenópteros Pteromalidae e Braconidae foram identificados pela Dra. Angélica

 

Maria Penteado-Dias, do Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva, da Universidade Federal de São Carlos-SP. Os Diapriidae foram identificados pelo Dr. Lubonír Masner, do Instituto de Pesquisa e Agricultura do Canadá. Os coleópteros Aleocharinae (Staphylinidae) foram identificados pelo Dr. Roberto Pace (Itália).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram coletados 6.794 dípteros no local 1 e 6.697 no local 2. Com relação aos parasitóides, no local 1 obtiveram-se 1.306, enquanto que no local 2 foram coletados 433 indivíduos (Tabelas 1 e 2).

As temperaturas mensais do ar durante novembro de 1993 a outubro de 1994 mantiveram-se entre 20,3 e 25,9ºC e as médias das precipitações mensais variaram entre 00 e 433,5mm no local 1. No local 2 entre novembro de 1994 a outubro de 1995, as médias das temperaturas mantiveram-se entre 17,2 e 26,1ºC e as médias das precipitações mensais variaram entre 00 e 359mm.

As espécies de dípteros observados nos dois locais de Estudo (Tabela 1) Foram diferentes dos observados por outros autores (5, 8, 20, 21, 24), talvez devido às condições climáticas e às diferenças geográficas. A única espécie que ocorreu nos diversos locais foi Musca domestica (L.), (Muscidae) coletada no local 1 (Tabela 1) e que também foi registrada em outros locais (16,30). É possível que a distribuição de M. domestica em diferentes localidades esteja relacionada ao seu sucesso reprodutivo e a sua natureza sinantrópica. Os dois sítios de estudo também apresentaram menor riqueza de espécies quando comparada com os trabalhos citados acima.

Tabela 1- Abundância e frequência relativa de dípteros coletados em fezes bovinas na Fazenda Experimental do Glória no Município de Uberlândia-MG (local 1), de novembro de 1993 a outubro de 1994 e na Chácara Vilela no Município de Itumbiara-GO (local 2), de novembro de 1994 a outubro de 1995.

No local 1, a espécie que apresentou maior freqüência foi a M. domestica (7,3%) e no local 2, a Brontaea sp2 (4,3%) foi a mais freqüente (Tabela 1). É conhecido que M. domestica desenvolve-se principalmente em fezes de gado estabulado (11, 21). Provavelmente a coleta dessa espécie neste ambiente deve-se à presença de restos de ração (rica em proteínas e vitaminas) no esterco, e que atraiu essa mosca. Estudo sobre a dispersão de M. domestica na Fazenda Experimental do Glória demonstrou que o movimento detsa Muscidae se deu, preferencialmente, para sítios com maior oferta de recursos utilizados na alimentação(13). A distância e o grau de atratividade de áreas com recursos estariam regendo o padrão de dispersão desta espécie. Outro estudo realizado em New York, demonstrou larvas de M. domestica em fezes bovinas localizadas em pastagens(30), esta espécie foi coletada em baixa freqüência nas pastagens da Fazenda Canchim em São Carlos - SP (15).

Sarcophagula sp. foi a espécie de Sarcophagidae mais abundante nos dois locais (Tabela 1), provavelmente por ser uma espécie habitual em fezes pastoris. As espécies de Oxysarcodexia foram os Sarcophagidae mais abundantes em São Carlos (SP), sendo que larvas desse gênero podem agir como predadores em fezes bovinas (15). Na região Neártica, as espécies do gênero Ravinia são as que apresentam uma maior freqüência em fezes bovinas (3, 16, 24, 33).

Na família Sepsidae, Palaeosepsis insularis foi a mais freqüente no local 1 (40,02%) (Tabela 1), enquanto que Archisepsis scabra (Loew, 1861) (52,053%) foi no local 2 (Tabela 1). O que chama a atenção é a freqüência inexpressiva de Microsepsis furcata (Melander & Spuler, 1917) com um indivíduo no local 1 (Tabela 1). Os Sepsidae encontrados neste estudo, foram os mesmos verificados por outros autores em São Carlos(SP) (18). Estes foram considerados pouco importantes no processo de degradação das fezes, mesmo sendo os mais abundantes (16). Comparando-se as freqüências dos parasitóides nas duas localidades, observou-se que no local 1 houve maiores valores (Tabela 2), exceto para Spalangia nigroaenea, Spalangia endius e Eucoilinae sp2. Verificou-se que as placas fecais no local 2 ressecavam mais rapidamente, provavelmente devido à umidade menor e à temperatura mais elevada. Estes talvez tenham sido os fatores que influenciaram na abundância dos parasitóides. Foi observado que muitos insetos, especialmente os Hymenoptera parasitóides, requerem um longo período de desenvolvimento nas fezes bovinas e que seu rápido ressecamento certamente limitaria o número destes (16). Possivelmente, seja o mesmo motivo a não coleta de espécies da família Braconidae no local 2 (Tabela 2)

Tabela 2 - Abundância e frequência relativa de parasitóides coletados em fezes bovinas na Fazenda Experimental do Glória no Município de Uberlândia-MG (local 1), de novembro de 1993 a outubro de 1994 e na Chácara Vilela no Município de Itumbiara-GO (local 2), de novembro de 1994 a outubro de 1995.

A porcentagem de parasitoidismo no local 1 (19,2%) foi superior a do local 2 (6,74%), sendo que pode ocorrer uma taxa média de 7,0% em fezes coletadas em pastagens na região de São Carlos (SP) (15). Sarcophagula sp. foi a espécie mais atacada no local 1 (27,3%) e Brontaea sp2 no local 2 (17,2%). Nos dois ambientes estudados, Sarcophagula sp. apresentou maior variedade de parasitóides (Tabela 3). Pode-se perceber claramente que Figitinae sp. só foi encontrado nessa espécie nos dois locais de coleta (Tabela 3). Houve diferenças significativas em relação a preferência dos

parasitóides pelos hospedeiros. As espécies Trichopria sp. (F=4,02; P<0,001), S. drosophilae (F=4,54; P<0,001), Eucoilinae sp2 (F=5,04; P<0,001) e Figitinae sp. (F=5,59; P<0,001), tiveram preferência por Sarcophagula sp. no local 1. No local 2, S. drosophilae (F=4,54; P<0,001), Eucoilinae sp2 (F=5,04; P<0,001) e Figitinae sp. (F=5,59; P<0,001) apresentaram preferência também por Sarcophagula sp.

Tabela 3- Relação de ocorrência de parasitóides e seus respectivos hospedeiros em área de pastagem da Fazenda do Glória no Município de Uberlândia-MG (local 1), de novembro de 1993 a outubro de 1994 e na Chácara Vilela no Município de Itumbiara-GO (local 2), de novembro de 1994 a outubro de 1995.

Figitinae sp (Figitidae) alcançou uma porcentagem de parasitoidismo no local 1 (1,24%) superior ao local 2 (0,21%), essa espécie só foi encontrada em pupas de Sarcophagula sp. (Tabela 3). Diferentes espécies da família Figitidae foram encontradas atacando pupas de Haematobia irritans (L.) (29, 31).

 

 

 

A família Braconidae foi representada pelas espécies Aphaereta sp. e Gnathopleura quadridentata (Wharton, 1986), as quais foram coletadas apenas no local 1 (Tabela 2). Aphaereta sp. foi coletada em pupas de Palaeosepsis sp. e de Oxysarcodexia thornax (Walker, 1849). Em uma pupa de O. thornax foi coletada uma espécie gregária com 20

 

indivíduos. Gnathopleura quadridentata só foi coletada em pupas de O. thornax (Tabela 3). As espécies Aphaereta pallipes e G. quadridentata mostraram preferências por dípteros muscóideos, especialmente membros da família Sarcophagidae (26). Outros autores (8, 23) observaram que muitas espécies de Aphaereta são gregárias. O gênero Aphaereta sp. foi considerado um componente importante em fezes bovinas atacando pupas de H. irritans no Estado do Mississipi (E.U.A) (31). As espécies de Aphaereta sp. possuem uma marcada especificidade pelo hospedeiro (14). Muitos Braconidae têm sido utilizados no controle biológico de muitos dípteros considerados pragas na América do Norte (32).

Trichopria sp. (Diapriidae) ocorreu como parasitóide em pupas de Sarcophagula sp. e Palaeosepsis sp. nos dois locais estudados (Tabela 3). As espécies do gênero Trichopria são usualmente parasitóides de estágios imaturos de Diptera, (12, 17). Trichopria sp. é citada na literatura como parasitóide importante de H. irritans (6, 29); de alguns Sarcophagidae, Sepsidae, Muscidae e Calliphoridae (3, 8, 31). Os Diapriidae são principalmente endoparasitóides gregários de pupas de Diptera (2), mas no presente trabalho Trichopria sp. mostrou-se como parasitóide solitário.

A subfamília Eucoilinae (Figitidae) foi representada por três morfoespécies. Eucoilinae sp1 foi a mais encontrada em Palaeosepsis sp., no local 1; Eucoilinae sp2 apresentou maior ocorrência em pupas de Sarcophagula sp. nos dois locais estudados e Eucoilinae sp3 demonstrou predominância por espécies de Palaeosepsis sp. no local 1. Espécies da subfamília Eucoilinae são endoparasitóides solitários tanto de pupas quanto de larvas de moscas (10). De maneira geral, estes parasitóides tem sido coletados em estágios imaturos de Muscidae, Sarcophagidae e Sepsidae (3, 5, 8, 24).

Spalangia drosophilae foi a única espécie de Pteromalidae a demonstrar preferência por Sarcophagula sp. nos dois locais. É citada na literatura como parasitóide de pupas de dípteros pequenos das famílias Drosophilidae e Chloropidae (4).

Spalangia nigra foi coletada apenas no local 1 (Tabela 2), em pupas de Sarcophagula sp. (Tabela 3). Este Pteromalidae é descrito como espécie originalmente da região Holártica com ampla distribuição na América do Norte e Canadá (4). No Texas (E.U.A) foi capturada em pupas de Haematobia serrata (Ril & How) (Diptera: Muscidae) (19).

Spalangia nigroaenea foi capturada em pupas de dípteros nos dois locais (Tabelas 2 e 3), e não apresentou predominância por nenhum hospedeiro. No Brasil, foi coletada nos Estados de Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais, em M. domestica e Stomoxys calcitrans (L.) provenientes de esterco bovino (27). Foram coletadas como parasitóides de várias espécies de Sarcophagidae, Anthomyiidae e Tachinidae (4). Spalangia nigroaenea é considerada uma espécie cosmopolita.

 

 

Spalangia cameroni não apresentou especificidade por nenhum dos hospedeiros coletados nos dois locais. Sua maior taxa de parasitoidismo foi em Brontaea sp2 no local 1 (0,66%). Para Silveira et al. (27), devido à multiplicidade de ambientes explorados por esta espécie, ela é colocada como promissora em programas de controle, principalmente com a recente introdução de H. irritans no Brasil.

Spalangia endius também não apresentou especificidade e foi encontrada nos dois sítios. Foi a segunda espécie a atacar uma grande variedade de hospedeiros (Tabelas 2 e 3). Sua maior taxa de parasitoidismo foi em Brontaea sp1 no local 2 (0,50%). Este parasitóide é cosmopolita, sendo capaz de atacar pupas de Calliphoridae, Sarcophagidae, Muscidae e Tephritidae (4). A distribuição de S. endius por diferentes regiões geográficas e climáticas evidencia sua boa adaptação às diferentes condições ecológicas no Brasil, demonstrando um grande potencial no controle biológico de moscas (22, 27).

 

 

 

Muscidifurax sp. apareceu no local 1 com apenas um indivíduo em pupa de Palaeosepsis sp (Tabela 3). Este resultado difere daquele obtido por outros autores (27), no qual Muscidifurax raptorellus (Kogan & Legner) foi a espécie mais comumente encontrada em pupas de M. domestica e S. calcitrans em esterco bovino, sugerindo sua indicação no controle biológico de moscas sinantrópicas. A família Sepsidae constitui um importante grupo de hospedeiros de Muscidifurax sp (8).


--------------------------------------------------------------------------------

ABSTRACT

Dipterous muscoid associated the cattle fresh dung and their parasitoids. A survey of flies (Diptera: Cyclorrhapha) and their parasitoids (Hymenoptera and Coleoptera) was undertaken at the "Fazenda Experimental do Glória", Uberlândia - MG (site 1), and at the "Chácara Vilela", Itumbiara - GO (site 2). Ten random samples of bovine dung were taken monthly, from pats one week old. Arthropods were extracted from samples by flotation in water. The pupae were individually placed in gelatin capsules until the emergence of adults flies or their parasitoids. The most abundant species of flies were: Palaeosepsis insularis (Sepsidae), Sarcophagula sp. (Sarcophagidae), Brontaea sp1, and Brontaea sp2 (Muscidae). The pupal parasitoids present in higher numbers at site 1 were: Eucoilinae sp3, Eucoilinae sp.1 (Figitidae), Spalangia drosophilae (Pteromalidae) and Eucoilinae sp2 (Figitidae). The site 2, the most abundant species were: Eucoilinae sp2, Spalangia nigroaenea (Pteromalidae), and Eucoilinae sp.3. The parasitoid Figitinae sp showed a marked occurrence for pupae of Sarcophagula sp.

Key-words: Diptera, Hymenoptera, pupae, flies, parasitoids.


--------------------------------------------------------------------------------

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Almeida, M.A.F. Abundância relativa e sazonal de Musca domestica L., 1758 (Diptera: Muscidae) e de seus parasitóides em microhabitats de um curral de gado bovino, em Pirassununga (SP). Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, Unicamp. 1996, 79p

Askew, R.R. Parasitic insects. London, Heineman Educational Books, 1971, 316p.

Blume, R.R. Parasites of Diptera associated whith bovine droppings on a pasture in east central Texas. Southw. Entomol., 11:215-222, 1984.

Boucek, Z. A taxonomic study in Spalangia Latr. (Hymenoptera: Chalcidoidea). Acta. Ent. Mus. Nat. Praga, 35:429-512, 1963.

Cervenka, V.J., Moon, R.D. Arthropods associated with fresh cattle dung pats in Minnesota. J. Kans. Entomol. Soc., 64:131-145, 1991.

Combs, R.L.Jr., Hoelscher, C.E. Hymenopterous pupal parasitoids found associated with horn fly in northeast Mississippi. J. Econ. Entomol., 62:1234-1235, 1969.

Cook, C.W., Gerhardt, R.R. Selective mortality of insects in manure from cattle fed rabon and dimilin. Environ. Entomol., 6(4):589-590, 1981.

Figg, D.E, Hall, R.D, Thomas, G. Insect parasites associated with diptera developing in bovine dung pats os central Missouri pastures. Environ. Entomol., 12:961-966, 1983.

Guimarães, J.H.G., Papavero, N., Prado, A.P. As Miíases na Região Neotropical: identificação, biologica, bibliografia. Revta. Bras. Zool., 1(4):239-416, 1983.

Hertlein, M.B., Thorarinsson, K. Variable patch times and the functional response of Leptopilina boulardi (Hymenoptera: Eucoilidae). Environ. Entomol., 16: 593-598, 1987 .

Kirk, A. The effect of the dung pad fauna on the emergence of Musca tempestiva (Diptera: Muscidae) from dung pads in southern France. Entomophaga, 37:507-514, 1992.

Legner, E.F., Moore, I., Olton, G.S. Tabular keys & biological notes to common parasitoids of synanthropic Diptera breeding in accumulated animal wastes. Ent. News, 87:113-144, 1976.

Lomônaco, C. Dispersão de Musca domestica L. e Chrysomya putoria (Wied.) em granjas de galinhas poedeiras. An. Soc. Entomol. Brasil,, 23:179-187, 1994.

Matthews, R.W. Biology of Braconidae. Departament of Entomology, University of Georgia- Georgia, p.15-32, 1974.

 

 

Mendes, J. Sazonalidade da artropodofauna associada a fezes bovinas em pastagens e alguns aspectos da biologia dos estágios imaturos de Haematobia irritans (Linnaeus, 1758) na Região de São Carlos, SP. Universidade Estadual de Campinas, SP, Unicamp. 1996, 126p.

Merritt, R.W., Anderson, J.R. The effects of different pasture and rangeland ecosystems on the annual dynamics of insects in cattle droppings. Hilgardia, 45:31-71, 1977.

Morgan, P.B., Hogsette, J.A., Patterson, R.S. Life History of Trichopria stomoxydis (Hymenoptera: Proctotrupoidea Diapriidae) a Gregarious Endoparasite of Stomoxys calcitrans from Zimbabwe, África. Flar. Entomol., 73(3):496-502, 1990.

Oliveira, G.P., Mendes, J, Dutra, S.A.H. Abundância relativa da entomofauna simbovina na região de São Carlos, São Paulo. Ocorrência das principais espécies. Anais - 45ª Reunião Anual da SNPC. UFPe - Recife, 1993, 946 p.

Peck, O. Chalcidoid (Hymenoptera) parasites of the horn fly, Haematobia irritans (Diptera: Muscidae), in Alberta and elsewhere in Canada. Can. Entomol., 106:473-477, 1974.

Poorbaugh, J.H, Anderson. J.R., Burger, J.F. The insect inhabitans of undisturbed cattle droppings in northern California. Calif. Vec. Views, 15:17-36, 1968.

Pratt, F.C. Insect bred from cow manure. Can. Entomol., 44:180-184, 1912.

Rongisiryan, Y., Sucharit, S., Harinasuta, C. Hymenopteran parasitoids for the control of synanthropic flies. South. Asian J. Topr. Med. Public Health, 111:139, 1980.

Salkeld, E.H. Notes on anatomy, life-history, and behaviour of Aphaereta pallipes (Say) (Hymenoptera: Braconidae), a parasite of the onion maggot, Hylemya antiqua (Meig.). Can. Entomol., 2:93-97, 1959.

Sanders, D.P., Dobson, R.C. The insect complex associated with bovine manure in Indiana. Ann. Entomol. Soc. Am., 59:955-959, 1966.

Sas Institute. SAS user’s guide: statistics, 6ª ed., north Carolina-EUA, 1986, 201p.

Shenefelt, R. D. Braconidae 7. Alysiinae hymenopterom catalogus, in: 973-1113p. J. Van der Vecht and R. R. Shenefelt’s (Eds) - Gravenhage, Dr. W. Junk, 1974, 1200p.

Silveira, G.A.R., Madeira, N.G., Azeredo-Espin, A.M.L., Pavan, C. Levantamento de microhimenóptera parasitóides de dípteros de importância médico-veterinária no Brasil. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, 84:505-510, 1989.

Spiller, D. House flies. p. 203-225. in: C. N. Smith. Insect colonization and mass production, New York, Academic, 1966, 618p.

Thomas, G.D., Morgan, C.E. Parasites of the horn fly in Missouri. J. Econ. Entomol., 65:169-174, 1972.

 

 

Valiela, I. The arthropod fauna of bovine in central New York and sources on its natural history. J. New York Ent. Soc., 4:210-220, 1969.

Watts, K.J., Combs, J.R.L. Parasites of Haematobia irritans and other flies breeding in bovine feces in northeast Mississippi. Environ. Entomol., 6:823-826, 1977.

Wharton, R.A. Some predators and parasitoids of dung-breeding Diptera from central California. Pan-Pacific Entomol., 55:181-186, 1979.

Wylie, H.G. Observations on intraspecific larval competition in three hymenopterous parasites of fly puparia. Can. Entomol., 103:137-142, 1971.