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O ESTRUTURALISMO NA ECOLOGIA DA PAISAGEM *

Carlos H. Saito 1

1 Departamento de Ecologia - Universidade de Brasília DF

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RESUMO

Busca-se melhor compreensão dos limites e possibilidades da Ecologia da Paisagem como abordagem para estudos ambientais por meio da identificação de seus pressupostos filosóficos. A repetição de termos como "estruturas", "funções", "elementos" e "relações" nos trabalhos em Ecologia da Paisagem remete ao estruturalismo, cujo estudo teórico contribui para esclarecê-la e reforçar a idéia de haver um vínculo, entre a pesquisa particular e modos explicativos mais amplos, bem como entre metodologia e filosofia - consciente, ou inconscientemente. Cinco problemas são elencados para reflexão do fazer científico neste campo, de modo a confrontar a teoria com a realidade e demonstrar as limitações de uma modelagem rigidamente estruturada da natureza: "escalas e hierarquias", "interesses na modelagem", "competição entre fragmentos", "dinamismo e conservacionismo" e "gradientes". Conclui-se pela necessidade de uma concepção mais dinâmica e complexa da natureza em substituição a modelos rígidos, estruturados, que tentam fazer universais aqueles critérios restritos de análise do ambiente. Assim procedendo, o processo de modelagem do real passa a refletir a interação sujeito-objeto mediado pelos interesses da investigação e possibilita uma representação melhor da realidade, ao invés de conformá-la em esquemas pré-definidos e externos à problemática em questão.

Palavras chave: Ecologia da Paisagem; Estruturalismo; Filosofia da Ciência.

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"Segundo que categorias pensamos nós hoje? Segundo as categorias de uma teoria fecunda? Ou segundo as categorias de um ‘bom senso’, herdeiro, sem dúvida, do que foi uma invenção teórica audaciosa, mas (que), instruída como ‘verdadeira’, distribuiria doravante nossas evidências e nossas cegueiras?" (Isabelle Stengers)

 

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo tornar explícita e analisar a base conceitual e filosófica da abordagem geoecológica nos estudos ambientais contemporâneos.

Tal proposta torna-se necessária em decorrência de estar a Ecologia da Paisagem, denominada em inglês como "Landscape Ecology", recebendo grande aceitação nos meios científicos, como uma substituição ou avanço em

 

 

relação à abordagem ecossistêmica sem, porém, apresentar uma matriz conceitual sólida e homogênea. É tarefa do pesquisador não só aprimorar o conhecimento específico de seu campo do saber, mas também tomar consciência das implicações de sua formulação como um modelo explicativo tanto do particular como do universal.

"O pesquisador que se ocupa de esclarecer um problema (...) de extrema particularidade está ao mesmo tempo contribuindo para a constituição do pensamento teórico que se destina a explicar a totalidade do universo. Inversamente, os pensadores, (...) ao intentar racionalizar o conjunto da realidade, (...) estão igualmente compondo um sistema lógico de pensamento que resultará, por decorrência e como efeito de sua aplicação a problemas concretos, uma metodologia da investigação empírica. Não é admissível, portanto, a desvinculação e o desconhecimento recíproco, entre o homem de ciência e pensador filosófico, pois um não existiria sem o outro" (16).

Além disso, quando o pesquisador faz ciência, com suas justificativas a respeito de seu trabalho e seus procedimentos investigatórios, estará mesmo que inconscientemente, remetendo-se a um sistema filosófico de caráter geral (19). Em virtude do fato de que a lógica, enquanto mediadora entre o sistema filosófico e a pesquisa científica, fazer-se sempre presente nos atos investigatórios de qualquer natureza (16).

Tendo em vista o tratamento sistêmico dado ao meio ambiente pela Ecologia da Paisagem, visto enquanto um mosaico de elementos interrelacionados, cujas preocupações centrais podem ser definidas por estruturas, funções, hierarquias e escalas, é possível identificar uma influência do modelo estrutural de investigação do real neste campo do conhecimento.

ESTRUTURALISMO E ESTRUTRAS

Apesar de serem reconhecidas várias modalidades de estruturalismo, o que existe de comum em todas elas, é o esforço de "descobrir, por trás das aparências, além da organização aparente do objeto, estruturas inteligíveis que expliquem certo funcionamento" (7). Este mesmo autor afirma, ainda: "mesmo diante de um objeto limitado, não existe estruturalismo sem a pretensão de superar uma simples descrição da materialidade do fenômeno. O estruturalismo é profundamente procura de inteligibilidade" (7).

É, pois, elucidativa a afirmação de Boudon, citado por Lepargneur, de que "a descrição estrutural opõe-se à descrição fenomenal, como a essência à aparência" (7). Portanto, o estruturalismo surge como uma superação da mera descrição do objeto (paisagem), em virtude da exigência de compreendê-lo como ocorrências categorizadas reconhecíveis em outras circunstâncias temporo-espaciais.

Esta categorização leva a uma simplificação no processo descritivo do objeto, de modo a apreender-lhe, somente, aqueles caracteres considerados "típicos" e que permitem configurar um modelo deste objeto. Cria-se, desta forma, um sistema hipotético dedutivo capaz de ser submetido à verificação em que não só o objeto é explicado em função de sua dinâmica interior, tendo em vista as interações entre as partes, como as próprias partes (agora objetos) podem ser entendidas por meio da sua relação com o conjunto.

Cabe ressaltar, também, que para o estruturalismo, uma vez que o objeto é explicado pelo conjunto de elementos distinguíveis que o compõe e sua inter-relação, ou seja, em termos de lógica interna do sistema, cada objeto ou sistema apresenta características próprias que o definem, não existe uma transformação gradual de um sistema para outro mas apenas transformações revolucionárias (catastróficas).

 

Em outras palavras, "o estruturalismo é teoria ou compreensão da descontinuidade do mundo, como o historicismo ou evolucionismo pretendiam ser teorias ou compreensão da continuidade do fenômeno, ou melhor, do fenômeno como continuidade" (7).

A categoria de análise fundamental do estruturalismo é a Estrutura, que pode ser conceituada como um conjunto de elementos interrelacionados, de tal sorte, que mudanças em um dos elementos, ou em um dos relacionamentos, acarretam modificação de todo o conjunto, ou seja, dos demais elementos e relações. Pode-se, desta forma, afirmar que "a estrutura é a concretização de certas leis que procuram e mantém certo equilíbrio num conjunto" (7).

Um desdobramento deste enunciado é que a compreensão de uma estrutura deve ser baseada em seu próprio interior e jamais na relação externa de uma estrutura com outra estrutura, ou seja, traz em si um postulado de que "a estrutura se basta a si própria e não requer, para ser apreendida, o recurso a todas as espécies de elementos estranhos à sua natureza" (14).

As estruturas possuem quatro atributos: totalidade; disposição; solidariedade; e auto-regulação. Pelo atributo de totalidade entende-se a estrutura como um conjunto com identidade e características próprias, maior que a simples soma das características das partes. A disposição indica a composição da estrutura por partes que se organizam segundo uma posição espacial e funcional, claramente identificável e passível de descrição. O terceiro atributo aponta para a existência de uma interdependência entre estas partes, cada qual contribuindo complementarmente, para a consecução dos objetivos gerais da estrutura. Finalmente, a auto-regulação assegura a conservação do sistema, defendendo-o contra a ação de forças externas perturbadoras, por meio de processos regulatórios de retroalimentação e tamponamento. A noção de estrutura, construída dentro da visão sistêmica, aparece então como, logicamente, inteligível e, extremamente atraente.

Estas qualidades, no entanto, não devem ser valorizadas, a tal ponto, que se faça acreditar que as estruturas existam nos objetos de pesquisa em si e definir o homem como os "caçadores da estrutura perdida". Na outra extremidade, pode surgir a crença na primazia não da realidade, mas da subjetividade, fazendo-se acreditar, desta vez, ser a razão capaz de, sozinha, "pensar" ou "definir" a estrutura que existe nos objetos. Nesta situação, "a operação estruturalista o mais das vezes (...), ao invés de achar a estrutura, estabelece-a, inventa-a como hipótese e modelo teórico e postula que todos os fenômenos devem corresponder ao arranjo estrutural teorizado" (3). Ou seja, ao invés de dar "forma" à realidade, conforma-a. Em ambos os casos, separa-se sujeito e objeto, atribuindo racionalidade ora a um, ora a outro.

 

 

O que pode ser, então, uma estrutura ? Segundo a literatura, "uma estrutura é um modelo construído segundo certas operações simplificadoras que (...) permitem uniformar fenômenos diferentes com base num único ponto de vista" (3). Em consequência, pode-se dizer que "o escopo da atividade estruturalista (ao nível científico) é construir um objeto, que nada mais é, pois, que um simulacro teórico de um ou vários objetos reais. O estruturalismo fabrica um mundo semelhante àquele de que partiu para torná-lo inteligível" (3).

 

 

Ou seja, depende do objeto e do sujeito da investigação, emergindo desta interação. Como qualquer modelo que simplifica e busca unidade na diversidade dos fenômenos, uma estrutura é, primeiramente, um sistema de diferenças (3), como um sistema de correlações abstraíveis, ganhando operacionalidade pelo fato de, nestas condições (modelo abstrato), poder ser aplicado a fenômenos diferentes. Assim, "só será estruturada a disposição que obedece a duas condições: é preciso que ela seja um sistema regido por coesão interna; é preciso que tal coesão, inacessível à observação de um sistema isolado, se revele no estudo das transformações, graças às quais encontramos propriedades similares em sistemas aparentemente diferentes" (3).

Necessita-se neste momento, apontar a existência de objetos estruturados e de modelos estruturais transponíveis, como dois conceitos distintos, estando, porém, intimamente articulados pelo método indutivo e, no caso da Ecologia da Paisagem, os diferentes autores utilizam-se de ambos os conceitos em suas proposições científicas. A generalização dos objetos estruturados particulares é que leva aos modelos estruturais transponíveis. Pode-se julgar o modelo como um instrumento de pensamento útil e necessário, enquanto nos permite "pensar sobre coisas não familiares em termos de coisas familiares", segundo Bridgman apud (3). Mas, conhecer seus pressupostos é importante para saber avaliar seus potenciais e suas limitações.

O primeiro pressuposto de um modelo estrutural transponível é sua universalidade. Estudos alertam que "os modelos, elaborados como universais, funcionam universalmente porque foram construídos para funcionarem universalmente" (3).

O segundo pressuposto deste modelo é a sua perenidade, ou seja, que o modelo seja "uma coisa preexistente e ao mesmo tempo, uma morfologia geral" (3) e, dentro desta visão, o estruturalismo incorpora e pode confundir-se com o mecanicismo conservador.

O terceiro pressuposto é a exclusividade, ou seja, busca-se, na modelagem, encontrar a essência do objeto, acreditando-se, daí, que o modelo construído é a única forma de explicar a realidade. Não se costuma cogitar, no entanto, que aquele modelo foi construído porque se decidiu "investigar um campo de fenômenos usando determinado critério de pertinência, e portanto, com base em determinado ponto de vista, que já implicava como preferenciais certas operações e certos resultados" (3).

Estes três pressupostos acabam por conferir ao estruturalismo a aparência formal de independência da relação sujeito-objeto (moldando-se, então, à metafísica) e sua adoção acrítica como meta-modelo nas pesquisas científicas pode levar a conclusões equivocadas ou conflituosas. São estes riscos que pretendemos analisar neste trabalho.

 

 

ESTRUTURALISMO E ECOLOGIA DA PAISAGEM

Com base nesta discussão teórica preliminar, acredita-se que se pode melhor compreender como os diferentes pesquisadores em Ecologia da Paisagem, pela sua conceituação de Paisagem e problemas metodológicos em pesquisa ambiental elencados, vêem o processo de construção de modelo e quais conceitos conscientes e/ou inconscientes de estrutura permeiam sua produção científica.

 

Em geral, a paisagem (landscape) é conceituada como sendo uma unidade geográfica discreteada como um mosaico de elementos definidos a priori, correspondendo a uma visão estática da estrutura, conforme os pressupostos de universalidade, perenidade e exclusividade anteriormente mencionados.

A paisagem pode ser definida como "uma área de terra heterogênea composta de um aglomerado de ecossistemas em interação que é repetida de forma semelhante em toda a sua extensão" (4), sendo os ecossistemas entidades homogêneas conhecidas como campo, bosque, lago, estrada, que podem receber outras denominações tais como ecotopo, biotopo (9) ou geotopo (5), que, em suma, representam elementos da paisagem e seus componentes básicos. Semelhante conceituação foi citada determinando uma forte correspondência com o modelo estrutural transponível já discutido. Inclusive, para esta última, a estrutura é a primeira das três características a considerar-se na paisagem ,as outras duas são função e mudança (22).

Embora haja menção a estudos de paisagem em escalas regionais com características heterogêneas, segundo uma abordagem ecossistêmica, infelizmente os autores abandonam a discussão que levaria a uma teoria relativista do ecossistema e, por conseguinte, a uma melhor compreensão conceitual de modelos, reafirmando uma visão simplificadora e estruturalista da paisagem (4).

Outro autor explicita o vínculo entre Ecologia da Paisagem e o Estruturalismo ao afirmar: "De grande significado é a necessidade da investigação efetuar uma classificação inteligente de tal maneira a facilitar a formação de subdivisões a partir de uma variedade extraordinariamente grande, que são usualmente de pequeno tamanho, facilmente investigados e identificados, e capazes de uma caracterização inambígua. O estruturalismo alcançou isto por meio da derivação de unidades topológicas básicas a partir de fatores naturais dominantes muitas vezes mensuráveis" (9).

Determinadas posições merecem ser lembradas, como raras exceções, ao assinalar diversas possibilidades de se "dividir" um ecossistema florestal em elementos de análise:

"(...) para um problema fisiológico, pode-se dividir o sistema em folhas, tronco e raízes. Esta divisão permite ao pesquisador enfatizar as diferenças na função entre as variáveis estabelecidas. Para um outro problema, pode-se escolher uma subdivisão mais estrutural em dossel, abaixo deste, herbáceo e subterrâneo. Esta divisão enfatiza diferentes

 

estratégias de espécies dentro do sistema. Para um problema que lida com composição de espécies, pode-se escolher uma subdivisão taxonômica que capture a identidade das espécies ou grupos de espécies. Qualquer uma destas subdivisões seria útil para uma classe particular de problemas e nenhuma divisão singular sobressai como fundamental" (10).

Outro autor que destaca a intencionalidade no processo de identificação de unidades naturais, ao afirmar que "a fronteira desenhada entre duas unidades é pura estratégia intelectual usada para conveniência de certas informações. O mesmo se sustenta como verdadeiro para todas as fronteiras em qualquer nível de classificação. A estrutura espacial dinâmica é convertida em estrutura estática para propósito cartográfico" (5). No entanto, ele considera a existência de unidades fundamentais chamadas geótopos, sendo arrastado para um formalismo estrutural, tal qual outros autores (4), conforme visto anteriormente

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Este julgamento é válido, mesmo considerando-se o fato de apresentar-se a discussão sobre escalas espacial e temporal (4), assim como o fazem outros autores (17, 20), trazendo à tona uma preocupação meramente estrutural, distinguindo elementos visíveis em diferentes escalas, esquecendo-se de que os elementos tornam-se visíveis à razão em virtude de interesses pré-definidos e não sendo, portanto, invariantes.

" A paisagem, com sua heterogeneidade e mecanismos causativos, seria o único nível distinto reconhecível numa escala espacial" (4). Este caráter único da paisagem vem como decorrência da busca de um modelo genérico, aplicável a qualquer circunstância, como concluiu estes autores ao dizerem que "o difícil teste da utilidade da ecologia da paisagem é ver se é possível encontrar padrões gerais que forneçam a capacidade preditiva e sejam aplicáveis a qualquer paisagem".

De forma semelhante, foi citado que "a estrutura da paisagem deve ser identificada e quantificada de tal forma que as interações entre os padrões de paisagem e os processos ecológicos possam ser entendidos" (22). Estes padrões circunscrevem-se no nível do visível (não se cogitando quais interesses guiaram esta busca): tamanho e diversidade de fragmentos distinguíveis, contraste, controles geomorfológicos, corredores, disposição espacial dos fragmentos (elementos) - se regular, agregado, linear, paralelo ou comunicantes, apresentando ligações espaciais internas, quantidade de bordas, ou interfaces entre elementos e matriz de fundo (3, 22). Enfim, apesar das diferenças entre si, os autores afirmam que as paisagens compartilham uma estrutura fundamental composta de "fragmentos, corredores e uma matriz de fundo" (3).

A posição estrutural torna-se ainda mais visível ao passar-se para o nível imediatamente inferior de análise, detalhando-se cada um destes componentes estruturais: " Tamanho, forma e a natureza do divisor são características particularmente importantes dos fragmentos. Características de corredores tais como largura, conectividade, curvilinearidade, comprimento, interrupções e nós controlam as funções importantes de condução e barreira de um corredor" (3).

ESTRUTURA E FUNÇÃO

Dentro desta visão estruturalista da paisagem, todo o sistema é descrito em virtude dos elementos que o compõe e as funções inerentes a ele são identificadas, a partir destes elementos. Em decorrência, fala-se em função interna da paisagem conforme se segue.

a) Função de fronteira (borda) para os divisores

Os diferentes elementos, ao serem distinguidos entre si, apontariam para a existência de uma função para as suas zonas de contato, de caráter limítrofe, que segregariam e confinariam muitas espécies em um dos lados. A segregação é vista quase como "natural" - a ordem -, ao passo que a transposição é vista como uma excepcionalidade devido à maior capacidade adaptativa destas espécies - a desordem -, decorrendo desta dualidade a emergência do conceito de "filtros".

Ilustra-se, então, esta construção teórica com passagens de diversos autores em estudos de Ecologia da Paisagem: " a porção limítrofe de um elemento de paisagem funciona como uma membrana semipermeável, filtrando os fluxos para dentro e para fora do elemento" (3).

" Como membros (da estrutura), as bordas variam em sua permeabilidade ou resistência a fluxos" (24).

 

" A taxa de propagação da perturbação deve ser diretamente proporcional à heterogeneidade da paisagem, para propagação entre comunidades, mas inversamente proporcional para perturbação cuja propagação seja contida dentro da mesma comunidade" (22).

b) Função de condução e barreira para os corredores

Os "corredores" teriam dupla função na paisagem, de facilitador ou inibidor da movimentação de indivíduos (3), chegando inclusive a ser determinantes para as chances de permanência de uma população na comunidade, em virtude de afetar as taxas de migração e, em decorrência, o grau de isolamento populacional naquela paisagem.

Concorrem para este tipo de entendimento os estudos de Biogeografia de ilhas (2), nos quais se apoia T em outro autor para afirmar que "como a sobrevivência das populações numa paisagem depende da taxa de extinção local (no fragmento) e também na taxa de deslocamento individual entre fragmentos, espécies em fragmentos isolados devem ter probabilidade menor de persistência" (22).

Dentro desta concepção, chega-se a distinguir e até inverter funções em virtude da forma desses elementos-tipo, como por exemplo a largura e a integridade dos corredores (Figura 1).

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Figura 1. Efeito da largura do corredor e das interrupções para o movimento no interior da paisagem. As áreas sombreadas indicam condições inibitórias ao movimento e enfatizam a importância crítica das áreas de interrupção. Fonte (4).

c) Fragmentos repositórios ou dispersores de substâncias

A distinção de elementos discretos componentes da paisagem é justificada pelas diferenças na composição interna de espécies e/ou matéria física. Surge então a idéia de que estes elementos serviriam como centros de "refúgio" ou de "depósito" de espécies, a partir dos quais se irradiariam para colonizar novas áreas. Da mesma forma, e em estreita associação com as espécies ali existentes, diferentes substâncias (nutrientes, água e outras) concentrar-se-iam diferenciadamente. Duas passagens ilustrativas deste modo de pensar são transcritas abaixo:

"onde elementos de paisagem adjacentes diferem em seu grau de maturidade, aquele em estádio mais jovem pode funcionar como uma fonte que irradia coisas (sal, nutrientes) e aquele em estádio mais adiantado pode funcionar como um depósito que absorve coisas" (4).

"As características da qualidade da água podem variar com a posição de um lago na paisagem, como demonstrado na zona Alpina do Colorado e nas florestas de Wisconsin. Lagos mais baixos na paisagem tiveram uma maior condutância específica porque seus suprimentos de água do lençol ou superfície passaram por mais vegetação e solos, acumulando maior concentração de material dissolvido" (24).

Em todos estes casos, percebe-se clara a subordinação dos processos aos elementos ou, dito de outra forma, das funções à estrutura. Pode-se, neste caso, dizer que a estrutura antecede a função e a segunda só existe por causa da primeira. Não há nenhuma função que não esteja vinculada à estrutura e, assim, não se pode pensar em função que transcenda aos elementos da estrutura proposta.

ESTRUTURAS COMO MODELOS - PROBLEMAS ELENCADOS

O estruturalismo, na verdade, cria modelos com base em elementos identificados, segundo um critério racional tido como neutro e natural, e procura aprisionar a realidade nesta forma, atribuindo-lhe posteriormente funções animadas a partir dessa configuração estrutural. Neste processo de enquadramento, alguns problemas emergem, já mencionados anteriormente, mas é capital que os retomemos e nos aprofundemos em sua compreensão.

Escalas e Hierarquias

O primeiro destes problemas refere-se à hierarquia de análise (escalas). Na verdade, em virtude do problema a ser investigado, diferentes escalas de tempo e espaço são requeridos, para se obter uma adequada apreensão do fenômeno. É o grau de refinamento do modelo em construção que reflete o nível de abstração da realidade.

Porém, "enquanto a maioria dos ecólogos concordam que os sistemas ambientais são multi-escalares, alguns ainda intentam reduzir tudo da ecologia a níveis fundamentais tais como população ou ecossistema" (10). Mudando a escala, mudam os elementos da paisagem reconhecíveis, alterando a percepção de heterogeneidade e granulação (4), assim como alteram-se as funções das variáveis consideradas.

Schumm & Lichty (20), refletindo sobre o método de análise de um processo erosivo numa bacia de drenagem hipotética, elencando dez variáveis (tempo, relevo inicial, geologia, clima, vegetação, volume do sistema acima do

nível de base, escoamento e sedimentação por unidade de área, morfologia da rede de drenagem, morfologia das vertentes, e descarga de água e sedimento do sistema), e classificando-as em independente e dependente em três períodos distintos de tempo de análise, afirmam: que "algumas das variáveis que são dependentes durante o longo período de erosão progressiva tornam-se independentes durante o curto período de tempo equilibrado" (20).

Certamente, há uma relação entre a escala temporal e espacial, pois a condição de estado de estabilidade, denotando curto espaço de tempo, não pode ser aplicada em toda a extensão da bacia de drenagem, conforme estes autores (20). Fica então bastante claro que, tratando-se de escalas diferentes, tem-se de fato modelos e estruturas também diferentes, com propriedades distintas que não se comparam à soma das propriedades dos elementos na escala inferior. Pode-se, portanto, afirmar que existem propriedades emergentes em cada nível hierárquico de análise proposto. Para determinado autor (5), o foco de investigação varia com a escala de abrangência centrando-se no entendimento do ecossistema (em nível local) ou nas interações locacionais (em nível regional). Sob este aspecto ainda se afirmou (22): "A complexidade da paisagem mostrou não ser constante em um amplo intervalo de escalas espaciais (isto é, não tem auto-similaridade). Essa ausência de constância refletiria os efeitos dos processos que operam em diferentes escalas".

Um ponto crucial, portanto, é a articulação entre as diferentes escalas, de modo que o conhecimento de um fenômeno em um nível de abstração (por exemplo o nível inferior hierarquicamente), possa contribuir para o entendimento de um fenômeno mais globalizante. Sabe-se de antemão que esta articulação não se dá de forma direta, porém "uma explicação mecanicista geralmente dá a entender que um fenômeno é conseqüência lógica dos comportamentos e interações das entidades de nível inferior" (10). É o que se depreende do estruturalismo (14, 23), se apontou a propriedade de auto-regulação como conservação e fechamento da estrutura.

 

 

Apresentando uma visão mais relativista, apoiado nos estudos sobre os processos ambientais, um autor (10) afirmou que "as dinâmicas do nível superior geralmente aparecem como variáveis constantes ou diretivas no modelo de nível 0. O comportamento do nível 0 aparece sendo restringido, limitado e controlado pelo nível superior".

Mais ainda, "as dinâmicas dos níveis superiores são mais abrangentes e muito mais lentas no tempo que no nível de interesse (nível 0). Portanto, dentro de um período normal de observação, o nível superior parece ser constante" (10), ao passo que a dinâmica nos níveis inferiores são em escala reduzida de ação e ocorrem em unidades de tempo muito mais curtas, ou seja, apresentam dinâmicas mais velozes. Desta forma, pode-se dizer que, uma vez que os elementos de uma paisagem variam conforme a escala, fica claro que não existe uma única descrição da paisagem.

Dinamismo e Conservacionismo

Um segundo problema refere-se ao congelamento que a estrutura impõe ao fenômeno, ou seja, torna-o a-histórico, não levando em conta a própria transformação da estrutura.

Para isto, contribui a definição da função de controle (auto-regulação, "feed-back") dos sistemas estruturados que atuam para amortecer ou reverter os efeitos e as ações desagregadoras deste sistema. Esses sistemas "rígidos" foram denominados de "modelos estruturais endodinâmicos" em oposição aos "modelos de transformação dinâmica" (10), que, embora reconhecendo a necessidade de uma modelagem dinâmica, aponta para a dificuldade de construí-la,

 

por se exigirem novas regras de formação. Para este autor, um modelo de paisagem ecológica deveria contemplar ambos os aspectos.

Assim, em virtude das dificuldades e/ou falta de clareza conceitual, os modelos conservativos prevalecem e, ao atribuir-se-lhes uma essência atemporal, acabam por desabilitar-se da função cognoscitiva a que se propunham. Nesses modelos atemporais, não se pode representar a própria evolução do objeto - sua transformação ao longo do tempo. Excluem-se desta forma os processos de sucessão ecológica em curso (11) e as mudanças de comunidade em tempos geológicos tais como a dinâmica de expansão e recuo diferenciados de população de plantas C4 (gramíneas) e C3 (lenhosas) durante e após a última glaciação, respectivamente(21).

Os interesses na modelagem

Um terceiro problema refere-se ao critério norteador da definição das estruturas, já mencionado anteriormente. Na literatura, autores afirmam que: "muitos animais requerem dois ou mais elementos de paisagem para viver" (4), o que significa que, em um estudo sobre o modo de vida destas espécies, os territórios ou sítios de dormida, forrageamento e acasalamento seriam "estruturalmente" mais relevantes para fins de discretização, do que eventuais elementos de paisagem visíveis ao olho humano. É sempre bom lembrar que a forma de localização, orientação e definição espacial adotada pelos indivíduos de uma espécie se relacionam com suas formas perceptivas, fundadas em diferentes morfo-fisiologias sensório-motoras.

Outro exemplo ilustrativo é a discussão que se vem travando em torno da proteção da biodiversidade ou do ecossistema do cerrado brasileiro. Normalmente, classifica-se este ambiente, tendo em vista as formas visíveis, em campo sujo, cerrado e cerradão, inclusive alguns atribuindo esta diferenciação ao fato de encontrarem-se em estádio inicial,

 

intermediário e final de sucessão ecológica, respectivamente. Neste caso, ocorrendo a evolução do ambiente sem interrupções, todo o conjunto tenderia a tornar-se "homogêneo". Porém, o cerrado convive com a presença do fogo como elemento perturbador deste processo sucessório há milhares de anos e a adaptação ao fogo apresentada por diferentes espécies da flora do cerrado confirma a longa convivência e a qualificação do fogo como um importante fator ecológico na região (1,13). Nestas circunstâncias, o mosaico de campo sujo, cerrado e cerradão seria, para muitos, uma forma imperfeita e inacabada da constituição do cerrado. Mas será esta a interpretação correta, ou não seria o cerrado justamente este mosaico adaptado ao fogo? Ao se falar em preservar o cerrado, existirá interesse protecionista em relação somente às espécies existentes no chamado "estádio final", ou se incluirá a grande diversidade presente nas diferentes "formações aparentes" ?

Finalmente, cabe lembrar que, ao se tratar a paisagem como um espaço constituído e construído socialmente, fica ainda mais gritante a relatividade dos limites e estruturas do objeto, pois o objeto de estudo pode vir a ser delimitado, não com base em alguma característica física, mas em função de atividades societárias. Novamente, reforça-se a idéia de que uma estrutura é definida segundo os interesses de quem a define e não que ela exista por si só no real à espera de ser corretamente reconhecida.

Competição entre fragmentos

 

Dentro do modelo estrutural de paisagem, cria-se uma imagem de cooperação harmônica entre os seus elementos componentes, cada qual contribuindo com uma função para a manutenção do complexo sistêmico - o "todo organizado".

Porém, a dinâmica dos processos na natureza pode apontar para outro tipo de interpretação das relações entre estes elementos, que signifique não uma cooperação, mas uma competição entre eles. É neste sentido que se pode analisar o movimento das dunas em uma região litorânea, "engolindo" outros elementos adjacentes; a expansão das áreas desertificadas em regiões agrícolas; a erosão das áreas costeiras pelo mar; e também os conflitos entre a mancha urbana e a vegetação circunvizinha decorrentes da expansão da primeira.

Da mesma forma, esta disputa territorial pode ser identificada no nível biótico, por exemplo, pela competição entre a mata nativa e o capim-colonião e entre o campo cultivado e as chamadas "plantas invasoras". Mais precisamente, observamos na natureza a ocorrência de superposição de nichos ecológicos (6,12,15), que ao acarretarem uma competição interespecífica, podem resultar numa alteração dinâmica da distribuição populacional das espécies envolvidas, em função das variações nas condições ambientais. Este processo competitivo faz parte, portanto, de um processo mais amplo de "evolução" do "ecossistema", que pode ter repercussões nas interações entre estes "ecossistemas" componentes da "paisagem".

Gradientes

Um último problema a ser elencado é o fato de que, ao buscar-se a identificação de elementos na modelagem estruturada da paisagem, pressupõe-se a existência de fronteiras discreteadas, ou seja, a ocorrência de uma descontinuidade espacial entre os elementos naturais. Esta discretização pode ser obtida por artifício de escala, ou seja, aumentando-se a escala e, portanto, distanciando-se dos processos imediatos, tem-se a impressão de que os elementos são distinguíveis na paisagem. A intervenção humana, também, é capaz de produzir descontinuidades abruptas na paisagem. Porém, excetuando-se as ações antrópicas, esta discretização inexiste na natureza, havendo entre o que se postula como

 

elementos da paisagem todo um contínuo de transição, cujo limite é indistinguível. Mesmo na fronteira entre o mar e a praia ou entre o rio e suas margens, como alguém poderia lembrar, não existe descontinuidade, pois os limites apresentam oscilação, tendo em vista as marés e as variações na vazão fluvial, produzindo um ambiente de transição nesta faixa de variação.

 

Novamente, deve-se lembrar que o processo de modelagem realiza uma simplificação do objeto, processo este que opera primeiramente na discretização das partes componentes, estabelecendo um divisor arbitrário entre eles. Não havendo então a descontinuidade, inexistirão também os fragmentos, e os processos a eles associados passarão a ser doravante questionados. O reconhecimento de gradientes provavelmente é mais adequado à forma perceptiva do espaço por animais e vegetais, permitindo fornecer uma compreensão mais apurada de alguns fenômenos naturais tais como a propagação de perturbação no interior dos fragmentos de vegetação criados pelo homem - as áreas de proteção da vida silvestre.

 

CONCLUSÃO

Como foi exposto ao longo deste trabalho, existem diversas implicações negativas na adoção de modelos estruturados na pesquisa ambiental de modo geral, e na Ecologia da Paisagem em particular. A crítica apresentada aqui não pretende ser uma negação dos esforços realizados pelos pesquisadores citados, nem tampouco daqueles que seguem seus passos. Propõe-se apenas a servir de alerta para:

1) que os cientistas tenham consciência das implicações de suas formulações específicas no modo de explicar o mundo, ou seja, a vinculação entre ciência e filosofia (16).;

2) que, ao formularem modelos estruturados da paisagem, tenham consciência das limitações deste;

3) que o conceito de sistema subjacente ao estruturalismo possa ser empregado de forma adequada, enquanto uma atividade racional humana e, portanto, subjetiva, para enfrentar um problema particular;

4) que, como atividade racional, a estrutura deve ser relativizada, e não tomada como essência, em oposição à aparência.

A abordagem estrutural dogmática, tal como muitas vezes tem sido empregada nas ciências ambientais em geral, e na ecologia da paisagem em particular, conforme mostrado ao longo deste trabalho, foi responsável por inúmeras intervenções humanas desastrosas na natureza. No entanto, enquanto uma forma sistêmica de leitura da realidade, representa uma linguagem de representação que permite ao homem não só descrever como prever o comportamento da realidade, por exemplo, através de simulações (22). Deve-se lembrar, neste caso, que tal operação produz resultados válidos dentro de uma concepção de relação homem-natureza baseada no interesse do controle e da dominação do primeiro sobre o segundo (explicitados no passado por Bacon e Descartes), que se traduzem na cultura contemporânea pelo termo "gestão".

 

Provavelmente, esta forma de representar o real - as estruturas visíveis - tem sido largamente empregada por apresentar uma forte correspondência com a estratégia adaptativa da espécie humana para percepção do meio circundante: a visão binocular como mecanismo sensorial principal, sobrepondo-se em termos de acuidade e utilização aos demais, tais como a audição e o olfato, que poderiam fornecer uma outra percepção do espaço. Mesmo a visão foi desenvolvida de maneira a captar o ambiente de forma distorcida, pois não se pode ser capaz de perceber os diferentes comprimentos de onda isoladamente e em gradação – confunde-se as "cores" do espectro para se enxergar o "branco" ou se juntar a luz "verde" e a luz "vermelha" para poder-se enxergar o "amarelo".

 

Portanto, é chegado o momento de se tomar consciência de que o fazer científico por uma assimilação crítica dos pressupostos teóricos e metodológicos daquela chamada "ciência normal" - para utilizar a expressão de Kuhn (6). Modelos podem ser utilizados para transpor uma compreensão aproximada dos fenômenos para um número maior de casos. Porém, é preciso, antes de tudo, ter clareza de que são apenas modelos, e não a realidade. E que os modelos são relativos, frutos de critérios racionais e valorados. Não se pode continuar mais, em nome dos modelos - os compromissos com a teoria científica hegemônica - violar a realidade ou seja, a natureza.

 

Parafraseando um autor (3), busca-se a estrutura inexistente. Não existe a estrutura, como há afirmação na literatura (8) que se deve buscar pelo estruturalismo; existem estruturas convenientes para cada objetivo proposto. Encontra-se nesta perspectiva a contribuição que O’Neill (10) tentando trazer a todos. É preciso, uma vez mais, frisar que não se está condenando aqui o processo de estruturação da realidade com vistas a conhecê-la (inerente a todo esforço racional), mas sim estabelecer uma diferença entre a estruturação, enquanto processo e a cristalização de estruturas, nas quais se conforma, sempre, a natureza. É a única forma possível , quaisquer que sejam os objetivos de investigação (10).

Finalizando, é preciso fazer ciência não apenas por si mas para si (16), subjugando o formalismo por meio da dialética, de modo a trazer para o primeiro plano a categoria de totalidade, no processo de produção do conhecimento científico (18). Somente assim, pode ser resgatado o verdadeiro caráter da ciência, como produção social que decorre da interação entre o pensar e o ser, entre o sujeito e o objeto, entre o homem e a natureza.

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ABSTRACT

Structuralism in Landscape Ecology. The search a better comprehension of limits and possibilities of the Landscape Ecology as an approach for environmental studies through the identification of its philosophical assumptions. The repetition of terms such as "structures", "functions", "elements" and "relations" on the Landscape Ecology articles points out to the structuralism, which its theoretical studies contributes to clarify it and reforces the ideas that there is a link between the particular research and broader explanation modes, as well as between methodology and philosophy - conscious or unconsciously. Five problems are listed for a thinking of the scientific work in this area, in the way to confront the theory with the reality and to demonstrate the limitations of a rigidly structured modeling of nature: "scales and

 

 

hierarchies", "interests in modeling", "competition among fragments", "dynamism and conservationist", and "gradients". Throughout these problems it concludes for the necessity of a more dynamic and complex conception of nature in substitution to the rigidly structured models that try to make universal those restricted criteria of environmental analysis. Doing this way, the process of modeling the reality shall reflect the subject-object interaction mediated by search interests, as to better represent the reality, and not to conform it to the previously defined schemes, which are outsider to the problems, analyzed.

Key words: Landscape ecology; sructuralism; Philosophy of Science.

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